Na França, ministro da Cultura discute incluir mídias digitais em acordo de coprodução Brasil-Canadá

O ministro da Cultura, Sérgio Sá Leitão, reuniu-se nesta terça-feira (12), na cidade de Annecy, na França, com representantes da Telefilm Canada, estatal de cinema do governo canadense, e do Canada Media Fund, fundo que financia produções audiovisuais no Canadá. Ele discutiu a possibilidade de ampliação do atual acordo de coprodução que o Brasil mantém com o Canadá, de modo a incluir a área de mídias digitais.
 
Sá Leitão está em Annecy para participar do Festival de Annecy, maior evento de cinema de animação no mundo. O Brasil é homenageado no festival. 
 
Após o encontro com os dirigentes canadenses, o ministro almoçou com o prefeito de Annecy, Jean-Luc Rigaut. Sá Leitão também visitou o estande brasileiro no Mercado Internacional do Festival de Annecy (MIFA). Ele conversou com empreendedores brasileiros que trabalham com animação no cinema, na TV e na publicidade.
 
Nesta quarta-feira (13), o ministro segue para Paris, onde tem encontro agendado com a diretora-geral da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), Audrey Azoulay. Sá Leitão e Azoulay, que foi ministra da Cultura da França, vão assinar a renovação do credenciamento do Centro Lúcio Costa junto à Unesco, o que deve ser feito a cada seis anos. 
 
Vinculado ao Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), o CLC é um centro de formação profissional para aperfeiçoar a gestão do patrimônio cultural e promover a cooperação entre países de língua portuguesa e espanhola, na América do Sul, na África e na Ásia.
 
Festival de Annecy
 
Na noite de segunda-feira (11), Sá Leitão participou da abertura do Festival Internacional de Cinema de Animação de Annecy. A programação teve início no meio da tarde, com o lançamento da exposição Brasil Quadro a Quadro – 100 anos da animação brasileira, patrocinada pelo Ministério da Cultura (MinC). A mostra é aberta a todos os visitantes do festival: profissionais, estudantes e fãs de animação, além dos moradores e turistas, já que está exposta em painéis a céu aberto, numa praça de grande circulação ao lado do Bonlieu (centro de referência do festival, onde acontecem as sessões mais importantes).
 
Traçando uma linha do tempo da história da animação no país, desde o primeiro curta (O Kaiser, de 1917) até os curtas, longas e séries mais recentes, são destacados os movimentos, artistas e suas obras mais relevantes. Obras que, graças ao discurso contundente e originalidade, ao longo das décadas ajudaram a posicionar a animação brasileira como uma das mais aclamadas do mundo atualmente.
 
Na sequência, foi lançado o livro Animação Brasileira – 100 Filmes Essenciais. A publicação reúne textos de 103 críticos, pesquisadores e professores de cinema e mais 20 artigos que registram os principais movimentos e personagens da história da animação no país. No Brasil, o livro será lançado em julho, durante o festival Anima Mundi, que este ano será realizado entre 21 e 29 de julho, no Rio, e 1º e 5 de agosto, em São Paulo.
 
"A animação é um segmento do audiovisual que vive momento ímpar no Brasil e que tem condições de crescer muito mais nos próximos anos", salientou o ministro, em discurso durante a abertura da exposição. Segundo ele, o Ministério da Cultura já investiu, desde 2007, por meio do Fundo Setorial do Audiovisual, mais de R$ 109 milhões em produções do gênero, em sua maioria voltadas para o público infantil. Séries conhecidas do público brasileiro, como Peixonauta, Show da Luna, Historietas Assombradas, Meu Amigãozão, Irmão do Jorel e a animação Osmar, a Primeira Fatia do Pão de Forma contaram com investimentos do FSA.
 
"A homenagem ao Brasil na edição deste ano do Festival é mais do que justa. A animação brasileira, que completou 100 anos, se tornou referência internacional pela criatividade e qualidade das produções", disse Sá Leitão. 
 
Em sua 42ª edição, o Festival Internacional de Cinema de Animação vai até 16 de junho, na cidade de Annecy, na França, reunindo representantes de 70 países. O Brasil participa em mostras competitivas nas categorias curta, longa, produções para TV e filmes publicitários.  
 
As mostras especiais de filmes brasileiros têm curadoria do AnimaMundi. Foram selecionados, em parceria com Annecy, filmes para cinco mostras: três de curtas-metragens de animação, com um total de 27 filmes emblemáticos de diferentes épocas; uma de séries para a TV (com dez filmes); e outra de filmes de encomenda (com 32 filmes publicitários, institucionais e videoclipes). Todos serão exibidos na programação do festival.

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