Museu Goeldi usa técnicas de enriquecimento ambiental para assegurar bem-estar de animais

Museu Goeldi usa técnicas de enriquecimento ambiental para assegurar bem-estar de animais
As estratégias empregadas para promover “as brincadeiras” no ambiente dos animais consideram as peculiaridades dos bichos. Foto: Museu Goeldi
A equipe técnica do Parque Zoobotânico do Museu Paraense Emílio Goeldi passou a tomar cuidados especiais para assegurar o bem-estar de animais e plantas. Desde junho, quando teve início o “verão amazônico”, caracterizado pelo aumento da temperatura, calor intenso e escassez de chuvas, os funcionários do espaço aproveitam o sombreamento natural da vegetação e adotam técnicas adequadas para que animais e plantas desfrutem de um clima mais agradável.
As técnicas de enriquecimento ambiental são estratégias constantes para garantir o bem-estar animal no parque. Elas proporcionam aos animais a quebra da rotina diária, além de melhorar a sua condição física e psicológica. Na época de calor mais intenso, essas técnicas são aprimoradas ao agregar itens alimentares gelados e novos odores.
“Reforçando o enriquecimento ambiental nessa época do ano, o Museu Goeldi passa uma mensagem mais interessante, que é refrigerar os animais e assegurar um bem-estar maior”, esclarece o veterinário Antônio Messias Costa. “Ver os animais se ocupando com situações agradáveis em ambientes de exposição também é motivo de alegria para o visitante do parque”, acrescenta.
O objetivo do enriquecimento é dificultar o acesso do animal a um tipo de recompensa. As estratégias empregadas para promover “as brincadeiras” no ambiente dos animais consideram as peculiaridades dos bichos. Diferentes técnicas e equipamentos são adequados a cada grupo para se obter os efeitos desejados. Alimentos e odores diferenciados são os principais agentes motivadores. Para a onça pintada, são criados platôs móveis onde o animal deve se equilibrar para alcançar um pedaço de carne, que também pode ser oferecida incrustrada em gelo.
Para os macacos coatá-da-testa-branca, foram construídos tambores perfurados, contendo frutas, que, ao serem pendurados em seu ambiente, geram uma divertida “competição” no grupo para a retirada desses prêmios cobiçados. No caso das ariranhas, são oferecidos peixes incrustrados em gelo, iguaria bastante desejada pela Pupunha e pela Castanha, como são chamadas os espécimes que habitam o parque do Museu Goeldi.
Flora
As plantas do parque também são bastante afetadas pelo aumento da temperatura nesta época do ano. Entre as que mais sofrem estão as espécies de sub-bosque e herbáceas, como as aráceas e marantáceas, entre outras. A principal medida adotada para garantir a saúde das plantas é a intensificação da irrigação, aliada ao acúmulo de folhas no solo.
“A gente evita tirar muita folha de dentro dos canteiros, porque elas retêm água e matéria orgânica e tudo isso possibilita fixar mais água no solo, o que é bom”, explica Hedayson Rogério Barros, agrônomo e técnico do Museu Goeldi.

A presença das folhas no solo durante o verão é vital para o bem-estar das plantas. Isso porque, além de impedir a rápida evaporação da água dos solos, elas também podem ser ricas fontes de nutrientes. O benefício para as plantas ocorre após as folhas serem molhadas e conforme secam. Elas, então, são incorporadas ao solo, alterando a estrutura física e a microfauna existente deste, propiciando o melhor desenvolvimento das plantas.

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